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26 de Abril de 2024

Negociando com Vespas

O risco de uma (nova) política externa ideologizada

Publicado por Eduardo Sefer
há 5 anos

O Brasil possui um histórico invejável em termos de diplomacia. Historicamente, soube se manter neutro e sólido entre as contendas. Não discriminar parceiros e oponentes. Não se aliar a ninguém, nem se alinhar com ninguém. Defender seus interesses comerciais e políticos, mas agir com pragmatismo. Prudência, por vezes, excessiva, mas sempre presente.

Num país recém-tornado independente, reconheceu a autodeterminação de sua única província de língua castelhana, a despeito de tê-la em seu controle. Interviu sempre que necessário; mas nunca invadiu ou anexou terras vizinhas, mesmo com a abundância de oportunidades para fazê-lo; de caudilhos bolivianos a comerciantes lusos em Angola, de rebeldes nas duas margens do Prata à descolonização das Guianas, nenhuma agressão ou conquista foi feita. Uma exceção pontualíssima viria a ser o Acre, colônia de uma dezena de milhar de cearenses, que, mais brasileiro que boliviano, foi transferido ao nosso controle por comum acordo.

No século XX, o impressionante progresso do avanço industrial e científico beneficiou o mundo de forma um tanto desigual. Nosso país demorou consideravelmente para abraçá-lo (graças, no grosso, à má política econômica); mas em termos de diplomacia, continuou consistente como de costume. Um pequeno desvio, em 1946, quando auxiliou na criação da ONU, e outros atos questionáveis, sob a batuta de Oswaldo Aranha. Mas, em linhas gerais, dois séculos e quatro golpes de estado (1889, 1930, 1937 e 1964) não mudaram uma vírgula de nossa tradição diplomática, neutra, não alinhada, livre e soberana.

Claro, houveram momentos e momentos. Certos grupos políticos tencionaram forçar uma mudança em nosso (não) alinhamento. O Partido Comunista Brasileiro foi banido da política precisamente por ter apoio direto de Moscou. A ingerência de interesses outros em nossa política (felizmente) é um ponto sensível. É forçoso admitir que houve uma razoável blindagem nesse aspecto - ao contrário dos EUA, onde o lobby de interesses estrangeiros (notadamente a AIPAC, de matiz israelense) é extremamente forte e eleitoralmente decisivo.

Nos últimos anos, contudo, vimos alguns tropeços nessa linha independente. O fenômeno do alinhamento ideológico - notadamente com nossos vizinhos - começou a tomar forma. Acordos que não nos beneficiavam de nenhuma forma. Financiamentos de projetos estrangeiros a juros subsidiados, cujo único retorno seria conseguir novos concorrentes, e enriquecer empresas amigas do governo. Ajudas financeiras a tiranias de terras remotas, sem qualquer retorno. Mantivemos a neutralidade oficial, mas oficiosamente, houve uma guinada muito peculiar. A Venezuela ganhou uma refinaria e uma inexplicável vaga no Mercosul (que aproveitou-se de uma injusta suspensão do Paraguai para colocá-la dentro); a Bolívia nacionalizou todo o ativo da Petrobrás com o silencioso aval do governo brasileiro. Cuba, Angola e Guiné Equatorial foram beneficiados por empreendimentos financiados a fundo perdido. A China ingressou na OMC com nosso apoio, ao passo que não deu o apoio que esperávamos na ONU.

Disse o Barão do Rio Branco: "no relacionamento internacional não há amigos nem inimigos. Existem apenas – e sempre – interesses, conflituosos ou convergentes". Uma máxima que é ignorada pela diplomacia movida à ideologia. O governo presente parece ter recuperado a compostura.

E por qual motivo escrevo este artigo?

Simples. Nosso presidente eleito parece ignorar por completo este fato. Critica, corretamente, a diplomacia ideológica do último governo de esquerda. Mas a todo momento apregoa construir uma nova. Que tenha uma salutar proposta de acordos bilaterais - certo - mas quer antagonizar com nossos clientes e parceiros por pura e simples predileção ideológica.

Num mundo multipolar, alinhar-se a um dos polos implica em abdicar do seu. O Brasil sempre se mostrou um agente neutro e livre. Agora - após anos de irresponsabilidade e alinhamento - tem sua neutralidade novamente ameaçada pela intransigência política e por favoritismos tacanhos.

Andiemo. A China já enviou a mensagem, por via de sua imprensa oficial para o estrangeiro. Que a retórica eleitoral fique no campo eleitoral. O andar da carruagem, nesse aspecto, é extremamente preocupante. O presidente eleito demonstra, até agora, não saber distinguir os espaços.

Ontem (06/11), nosso presente Chanceler teve um encontro desmarcado no Egito. Um prenúncio muito simples e claro. O Oriente Médio responde por 1/8 de nossa exportação agropecuária. Conquistamos esse mercado a muito custo, desde a década de 1970. E podemos sofrer graves perdas se o falatório irresponsável prossiga, ou pior, se torne realidade.

Falo, por óbvio, da decisão de transferir a embaixada brasileira para Jerusalém. Não é uma questão de "soberania nacional". O Estado de Israel foi uma das poucas entidades criadas por iniciativa e resolução da ONU (e a primeira que passou pelo procedimento). A mesma Resolução que criou Israel (181/1947) definiu Jerusalém como território internacional. A expulsão sistemática de 700.000 palestinos, a partir de 1947, e a ocupação do território repartido por Israel, Jordânia e Egito em 1948, não alterou o status aplicável e internacionalmente reconhecido a Jerusalém - na qualidade de corpus separatum. Reconhecer Jerusalém como capital de Israel viola a própria resolução que criou Israel.

Este é um ponto sensível na política internacional. Equivale a tomar partido numa disputa não resolvida, coisa que o Brasil foi muito criterioso em não fazer. E nesse caso, tomar partido contra um cliente valoroso, a troco de nada. Um antagonismo fútil e capacho. Equivale a reconhecer como território soberano uma ocupação ilegal.

A pergunta mestra da diplomacia sã é: "como isso nos beneficia?". O que ganhamos com isso? Respondo: em nada. Abriremos espaço para a Austrália, Argentina e Turquia tomarem nosso mercado. O presidente eleito fala em "água para o Nordeste" com uma tecnologia de dessalinização israelense. Não é a única, para início de conversa. Mais eis o ponto: é necessário rastejar para obter cooperação?

O Brasil já possui um acordo comercial com Israel, e alinhamento geopolítico não é requisito para trocas comerciais e tecnológicas. Bastante recordar que nosso programa nuclear foi construído, no auge da Guerra Fria e contra as pressões norte-americanas, com auxílio da Alemanha. E que nosso sistema hidrelétrico foi estruturado com cooperação tecnológica soviética, no mesmo período. E para isso, não foi necessário implorar de joelhos a Schmidt ou a Brezhnev. Não foi necessário prometer apoio na ONU à Alemanha ou à URSS - algo que o Brasil nunca fez.

Dialogar com todos, negociar com todos, de forma neutra, mas na defesa firme de nossos interesses. Sem antagonismo, sem alianças, sem promessas de mútuo apoio. "Comércio com todos, aliança com ninguém". Nos desviamos por 14 anos deste saudável caminho, e temos a oportunidade de voltar a ele em definitivo.

Por fim, fica o alerta, novamente, feito por Rio Branco:

“O sentimento de gratidão raros homens o possuem e mais raro ainda ou menos duradouro é ele nas coletividades humanas que se chamam Nações.”

Que o Presidente eleito tenha mais consciência do que faz e diz, consiga conselheiros melhores, estude um pouco mais o assunto, e coloque o interesse da nação acima de suas predileções ideológicas - o que, no momento, não parece estar fazendo.

Ainda há tempo. Que seja melhor aproveitado.

E que, no futuro próximo, não deixe a política estragar nosso comércio.

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4 Comentários

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Texto muito interessante mesmo. Aprendi muito com ele e compreendi em parte as reclamações de alguns sobre a política proposta por Bolsonaro (candidato que eu apoiei, aliás, e a favor de quem fiz pesada campanha em minhas redes sociais. Fui robô, fui caixa dois, tudo ao mesmo tempo... rsrsrs).

Porém, há um trecho que eu gostaria de comentar: "Mais eis o ponto: é necessário rastejar para obter cooperação?"

Bom, não tenho o conhecimento profundo de História e relações diplomáticas e comerciais do autor @anonimvs

Mas ouso pincelar uma impressão que tenho e sempre tive sobre uma coisa: o Brasil sempre rastejou por cooperação. Pra começo de conversa, nossa independência teria resultado num desastre astronômico não fossem os advogados, conselheiros, e toda sorte de embaixadores e emissários, brasileiros e ingleses, que correram mundo financiados por Inglaterra para orquestrar o imediato reconhecimento da nossa independência tão logo viesse a ser proclamada. Sem esse respaldo implorado...

E esse financiamento nos custou muito em extrativismo unilateral da Inglaterra em terras tupiniquins, sob bravos protestos do Marechal Rondon, que por fim, já p da vida, deu cabo do Cel. Fawcett no alto Xingu, ou baixo, sei lá. E mesmo sob artifícios de "proteção", e outros argumentos, sempre deu um jeito de minimizar as perdas, sempre destacando companhias e pelotões para acompanhar pelo menos as principais expedições inglesas pela Amazônia e sertões sem fim.

Pra não falar que a colaboração inglesa na nossa independência também nos custou dinheiro de verdade, pois tivemos que pagar a "dívida" em prestações e sei lá mais o quê (não lembro detalhes, lembro por alto as impressões que ficaram em mim por tudo que já li salpicadamente daqui e dali, sobre nossa História).

Sobre tal “dívida”, posso assegurar que meu pai testemunhou seu pagamento. Nascido em 1922 ele dizia que nossa indústria só fabricava brim e tecidos grosseiros e todo o comércio têxtil se esgotava em produtos ingleses. Ante a reclamação de nosso mercado à robustez da casemira inglesa, principal e praticamente único tecido de ternos para homens, os ingleses até inventaram uma versão de tecelagem mais leve, chamada tropical inglês, uma casemira feita por eles com o nosso algodão, e só Deus sabe vendido a que condições.

O mesmo sobre a indústria de calçados. A nossa só fabricava botinas grosseiras, de couro cru, mal curado, e sola de borracha. Um sapato social feminino ou masculino era necessariamente, inglês. Na minha casa eu ainda tenho pratos antigos, do tempo de minha avó, nascida ainda no séc XIX (já em fins de, mas... sec XIX). Todos carimbados atrás "Made in England" ou simplesmente "England". Coisa grosseira, que nem "grife" tinha. Louça comum, notoriamente mal acabada. No Brasil só produzíamos artefatos de barro ou esmaltados. Quem quisesse uma louça teria que comprar essa. O comércio com a China era bloqueado pela Inglaterra. Pessoas ricas voltavam de viagem com finas louças chinesas adquiridas a preço de banana, mas o homem médio brasileiro que quisesse equipar sua casa com um pingo de elegância tinha que comprar a outra louça, a comum, de acabamento grosseiro, feita a toque de caixa para nos serem empurrada, ops, "vendida" a preço de ouro pela Inglaterra. E por aí ia.

Sapatos, relógios, joias, tecidos outros, como rendas francesas, ou qualquer produto não inglês só adquiria quem viajava ou quem pudesse pagar o preço nos raríssimos pontos comerciais que as vendiam a preços astronômicos, já que eram sobretaxados, pois nada chegava ao porto de Salvador sem antes ter sido taxado no da Inglaterra, viesse de onde viesse a "encomenda".

Um tio avô meu tinha um tal de “bazar” na cidade de Pedra Azul/MG, onde ele importava coisas do mundo todo. Era uma mão de obra, pois era o importado, do importado, por assim dizer. Era impossível comprar um bacalhau norueguês sem algum selo taxado nos portos da Inglaterra. Não vinha direto não. Não me pergunte “onde está escrito”, pois não está escrito em lugar nenhum. São causos de família, que hoje posso alinhavar para entender o cenário político da época, não importa quais “partes boas” foram enfeitadas nos livros oficiais de História e quais partes não tão boas foram sonegadas dos mesmos. O “bazar” era um comércio moderno para a época, praticamente uma loja de departamentos: de víveres, secos, molhados, insumos agrícolas, ferragens, tecidos, sapatos, padaria (até isso) até armarinho, lá tinha de um tudo. Só não vendia carro. Do bom e do melhor e do ruim e do pior também. Atendia a toda a demanda local e regional, de ricos a pobres. E meu pai foi ali o empacotador dos 10 aos 13 anos de idade. Obs.: nunca perdeu a "mania". Aos 80 anos de idade, não emprestava um livro sem antes embrulhar meticulosamente em papel pardo, amarrando com barbante, num nó tão cego, que só com tesoura a pessoa conseguia desembrulhar. A mania de ter rolo de barbante em casa eu mantenho até hoje. Uso pra segurar carnes recheadas para assar, ou descer chaves e objetos numa sacola pela janela (rsrs)... Voltando: Tímido e pacato, ele não fazia outra coisa no bazar senão observar e guardar na memória cada mínimo detalhe do que ocorria à sua volta, enquanto empacotava e embrulhava coisas. E depois passou a vida contando seus causos.

Também me lembro que na minha infância o Brasil reclamava de um tal imperialismo americano, mas eu não entendia direito do que meu pai estava falando (reclamando, na verdade). E depois o PT ganhou e traçou esse cenário horrendo em que nos encontramos, com essas parcerias, piores ainda, pois dessa vez, “levamos fumo”, por assim dizer, sem absolutamente nada em troca.

Acho que nosso presidente eleito terá que afinar o tom sim com mercados importantes, mas no momento, eu acho sim que é hora de buscar aliados que nos ajudem a sair desse buraco. Temos um país com muitos recursos e os outros também se afinarão conosco, afinal, perder a parceria com a oitava economia do mundo não é bom para ninguém. Então temos que nos impor sim. Claro, com pé no chão e em ações com riscos calculados. Mas quem não arrisca, não petisca. continuar lendo

Sempre me felicitam seus comentários. Enriquecem bastante o debate. Permita-me esclarecer a questão do "rastejar". Toda negociação diplomática bem-feita envolve o benefício mútuo das partes, e concessões na exata medida do necessário. Isto o Brasil sempre fez muito bem.

É diferente de fazer uma concessão gratuita ou desmedida, ou pior, tomar partido ou posição sem benefício imediato. É o que o nosso Presidente eleito (sei que não é relevante, mas votei nele também) estava anunciando até então (e parece-me, felizmente, ter começado a repensar).

Por exemplo, na nossa independência, houve uma troca muito favorável. Trocamos uma guerra em larga escala - e o risco de implodir o país em dois - por uma breve campanha militar e uma indenização. Conseguimos apoio britânico para suprimir o Maranhão e Grão-Pará, que preferiram se manter com Portugal, e para retomar a Bahia das armas lusitanas; e pagar com pecúnia o que nos custaria sangue. A prática da indenização, em si, hoje parece indigna, mas era comum até o século XIX. Por exemplo, para obter paz com os Países Baixos, Portugal passou três séculos pagando uma indenização pela perda do empório holandês no Nordeste Brasileiro - mesmo depois da independência do Brasil.

O domínio britânico de nossa economia se deu pela insipiência de nossa indústria, que penava entre a falta de mão-de-obra barata e apta, nossa base monetária extremamente instável, e uma política econômica mercantilista e suicida, que beneficiava as importações e prejudicava o industrial. Sem mencionar a completa ausência de infra-estrutura logística, e de segurança jurídica para quem se aventurasse a investir nesse ramo (Mauá que o diga).

A cultura dominante também pouco ajudava - a cultura do privilégio, da aversão ao trabalho. Para alguém se sagrar cavaleiro, por exemplo, teria de provar a "pureza de braço" - nem o interessado, nem seus ancestrais, poderiam ter empunhado uma enxada uma vez na vida.

O predomínio industrial inglês diz antes respeito à eficiência deles, que à nossa subserviência. Assim funciona o mercado - vence o melhor e o mais barato. Com o algodão de várias fontes, vestiram o mundo. Com o salitre e ópio indiano, abriram à força e ao vício o mercado chinês. Conversas e canhões ajudam, sem dúvida. Hoje, mais conversas que canhões. Mas, para conquistar mercados, a solução fundamental ainda é fazer o melhor produto, pelo menor preço.

O melhor produto do Brasil, conforme Câmara Cascudo, é o brasileiro. E o brasileiro sabe se vender. Falando em pan-americanismo, empurrou o café para as mesas norte-americanas, e fez da borracha um negócio vital para a locomoção do mundo. Nos momentos decisivos, sabe negociar. Enquanto as fontes de borracha do Império Britânico caíam às armas japonesas, os EUA imploraram ao Brasil para que tomasse partido. O Brasil tomou, com condições. A borracha brasileira supriria os aliados, e os EUA montariam duas bases militares - mas - os EUA teriam de montar uma siderúrgica, instruir nossos engenheiros, e trazer indústrias para cá.

Eles fizeram a parte deles, nós fizemos a nossa. Quando não valia mais à pena, e começaram a agir contra nossos interesses, fechamos as bases deles. Simples assim. Hoje, a título de exemplo, o Japão, a despeito de muito pedir e insistir, não consegue retirar a única base americana de seu território.

O Imperialismo americano é uma meia-verdade. Existe, é absolutamente brutal, mas sempre soubemos nos defender dele, e mesmo usá-lo ao nosso favor quando conveniente. Diplomacia é interesse, não e amizade. Os EUA possuem um histórico diplomático parecido em termos de neutralidade; até o momento em que, já como a maior economia do mundo, se sentiu à vontade para colocar as garras para fora. No nosso relacionamento com eles, cumpre apenas saber no que nossos interesses convergem e no que divergem. Como nos beneficia ou prejudica. Os EUA têm os interesses deles; nós os nossos.

Nas preferências ideológicas do lulopetismo, vimos um ônus muito superior ao bônus. Esta é a oportunidade de recuperar nossa tradição diplomática - e não de repetir os mesmos erros, terminando o desserviço que a administração precedente prestou às nossas relações internacionais. continuar lendo

Cada hora aprendo mais com vossa senhoria Dr. Sefer! @anonimvs

Sobre a parte em que se refere a “uma política econômica mercantilista e suicida, que beneficiava as importações e prejudicava o industrial”, então, mutatis mutandis, guardadas as realidades de cada época, essa é uma preocupação que o presidente eleito cansou de demonstrar. Inclusive falando do produtor que praticamente fica “na porteira da fazenda com caminhões de coco a dez centavos e ninguém quer”, enquanto o Brasil importa coco da Tailândia, por exemplo. E banana do Equador, comandado pelo assassino, genocida, réu condenado e foragido na Bélgica, do Rafael Corrêa que está condenado por crime comum e com ordem de prisão na cacunda. Amiguinho de Lula e Chávez. E Cia. Ltda. Assim, usando o coco como ilustração emprestada do eleito, temos melhor produto pelo menor preço para conquistar mercados sim. Mas não conseguimos nem vender, pois estamos de volta à antiga política econômica suicida, que beneficia importações desnecessárias que prejudicam o produtor nacional.

Sei que as soluções dos nossos problemas não são fáceis e talvez Bolsonaro jamais consiga levar à prática uma única linha de suas promessas de campanha. Mas o povo brasileiro mostrou que está disposto sim a pagar o preço que tiver que pagar para sair do buraco. E vamos conseguir. Como o senhor bem lembrou, quando a coisa aperta de verdade, grandes nações nos imploram coisas. E sabe por quê? Porque as temos. Como tínhamos a borracha, ainda temos muito que ser “implorado”. Logo, acredito sim, que podemos, até certo ponto, jogar um pouco duro com essas nações aí de esquerda e de regimes totalitários que estão se esperneando agora. Mas eles não vão querer nos perder. E nem nós a eles, de verdade. Mas é preciso impor um pingo de respeito sim. E podemos fazê-lo.

De resto é contar que Deus há de iluminar o presidente para que ele tome as medidas certas, na hora certa, saiba adequar sua retórica, à realidade do que é possível e por aí vai. De um jeito ou de outro, estou feliz que pelo menos temos um futuro incerto pela frente. Que pode nos surpreender com coisas muito boas. continuar lendo

Ah, vale acrescentar uma curiosidade: muito embora seja verdade que a Inglaterra comandou o mercado têxtil com a matéria prima algodão (além de suas próprias lãs), é fato que o "tropical inglês" um tecido tramado com a mesma técnica da casemira, mas substituindo a lã por algodão, foi mesmo um mimo tecnológico criado e desenvolvido para atender à demanda brasileira, principalmente. Porque aqui, ninguém aguentava mais usar terno de casemira. Imagino até os nossos colegas da época, em capitais como Manaus e Salvador, usando aquele treco (com colete e tudo, vale lembrar), e sem ar condicionado no carro e no escritório. kkkkkkkkk Deus abençoe o tropical inglês, que aliás, ainda existe e pode ser encontrado nas melhores lojas de tecidos que atendem à alfaiataria de primeira linha. Aqui na minha cidade, a última vez que olhei, há mais ou menos um ano, numa loja de uma amiga, estava custando R$ 120 o metro (do misto, porque o 100% custa um rim e os dois olhos da cara). Né barato não. Tem que ter um excelente alfaiate, senão sai mais caro que um bom terno de microfibra comprado pronto, sem a mesma qualidade de costura e acabamento. Mas com um bom alfaiate, é como ter um Armani a preço de banana. O caro sai barato. rsrs continuar lendo